Azure Virtual Datacenter (VDC) Parte II-Conceitos Básicos

No post anterior falamos sobre a migração para Cloud http://www.marcelosincic.com.br/post/Azure-Virtual-Datacenter-(VDC)-Parte-I-Migracao-AS-IS-e-TO-BE.aspx 

Neste post vamos entender os conceitos básicos, que são representados por esse diagrama:

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Cada parte representa um dos pilares que sustentam um Datacenter Virtual:

  • Encriptação – Todos os dados trafegados dentro de um datacenter onde vários clientes se hospedam precisam ser protegidos de forma que um não tenha acesso aos dados de outros. Isso envolve criptografia de comunicação, discos e trafégo
  • Identity – Um modelo consistente de identidade onde os clientes consigam se logar e ver seus objetos com todos os recursos disponiveis. No caso do Azure isso é feito pelo Active Directory multi-tenant (multi locatário). Como já conhecido no mercado sistemas de diretório permitem que multiplas empresas estejam hospedadas e compartilhem o modelo de banco de dados e autenticação com total isolamento
  • Software-Defined Networks – Como hospedar vários clientes se todos querem ter o mesmo range de IP e se comunicam pelos mesmos conjuntos de cabos?
    Esse é o desafio das SDNs, permitir trafego isolado. No passado faziamos isso com o recurso de VLAN mas era limitado a 65535. Hoje isso é feito de forma lógica por usar recursos como o NVRE e outros onde os pacotes de rede são tageados (marcados) a quem pertence, similar ao que a VLAN fazia mas sem o limite de 32 bits.
    Isso permite que multiplos clientes tenha o mesmo range de IP 10.0.0.0/24, já que cada rede virtual recebe um diferente TAG nos pacotes, com a criptografia e identidade garantindo a confiabilidade na entrega dos pacotes de dados
  • Compliance – De nada adiantaria se ao migrar para um datacenter público você ficasse preso a padrões que só funcionam lá. As clouds publicas precisam adotar os padrões de mercado para as redes se comunicarem. Isso não quer dizer que a forma como o Machine Learning da Microsoft é codificado é igual ao Machine Learning da AWS, mas sim que a parte básica segue padrões de interoperabilidade.
    Por exemplo, uma VMs na AWS pode se comunicar por IP com uma VM no Azure ou no Google Cloud, pois todas usam os mesmos protocolos, mesmo que um provedor tenha serviços agregados diferentes.
    O mesmo vale para uma aplicação em Moodle ou SAP, se está no Azure ou AWS não importa pois seguem os padrões de rede e comunicação (interchange) identicos.
    Por conta do compliance que posso deixar metade dos meus servidores local e os outros espalhados em 3 diferentes datacenter publicos e todos se comunicando normalmente.
  • Logging, Audit e Report – Ao migrar de uma nuvem privada (local) para uma pública preciso saber os custos e ter certeza que meus dados estão seguros e acessados só pelos meus usuários.
    Aqui não estamos tratando de log, auditoria e reports para o cliente e sim a infra interna para que o provedor tenha certeza que não há vazamento de dados, quem fez cada operação e reportar isso quando necessário.
    Por isso os cockpits de provedores de cloud pública são gigantescos. Precisam controlar e serem capazas de se refazer em qualquer tipo de falha que ocorra.
    Os primeiros datacenters surgiram do conceito de hosting, ou seja você tirava os servidores do seu rack em casa para levar ao provedor onde a eletrica, links e segurança fisica ficam por conta deles. Nesse modelo toda a responsabilidade de comunicação, segurança lógica e relatórios é sua.
    No modelo público uma boa parte dos recursos são alocados para controlar os recursos, por exemplo ao criar o antigo Microsoft Azure Pack (atualmente descontinuado) várias VMs eram criadas com o objetivo de fornecer os itens de controle.

Conclusão

Nesse segundo post falamos sobre os componentes básicos que formam uma cloud pública.

Sinta-se seguro ao colocar seus dados nesses provedores, eles são preparados para garantir o isolamento e segurança dos seus dados.

Azure Virtual Datacenter (VDC) Parte I- Migração AS IS e TO BE

Quando trabalhamos em um projeto de migração para Public Cloud e o desenho é voltado a Azure, é muito comum os cenários de “AS IS”.

AS IS

Para os não iniciados com este termo, “AS IS” significa levar como está me ingles, ou seja copiar as VMs de um ambiente a outro sem qualquer alteração, utilizando o Azure como um virtualizador.

Em geral os modelos de migração AS IS não são eficientes, pois consomem muito recursos em IaaS (VMs) que custam caro, não aproveitando nada de serviços (SaaS ou PaaS) que são mais baratos. Porem, a vantagem é que é mais rápido e não exige mudanças.

TO BE (ou LIft and Shift)

Já as boas migrações são as “TO BE”, que em tradução livre seria “SERÁ” no sentido de transformação. O modelo de migração TO BE tem como premissa usar os serviços e não apenas migrar VMs.

Migrações TO BE são trabalhosas e mais demoradas, uma vez que esse mapeamento envolve entender o que está DENTRO DAS VMs.

O custo de execução é muito menor pois SaaS e PaaS tem vantagens financeiras grandes quando comparados ao modelo de IaaS.

Por exemplo, no AS IS um servidor IIS e outro de SQL serão simplesmente copiados os discos virtuais e iniciados. Já no modelo TO BE iremos isolar cada uma das aplicaçÕes que o IIS executa e criar Web Plan para isolamento e Web Services para cada site, e no caso do SQL Server usariamos o serviço de Banco de Dados (SaaS ou PaaS).

Utilizando o Service MAP

O primeiro passo para fazer uma migração é mapear o que cada VMs ou servidor fisico executa no ambiente.

Para isso utilizamos o Service MAP: http://www.marcelosincic.com.br/post/Azure-Log-Insigths-Service-Map.aspx

Com ele será possivel ver as interligações e serviços que cada servidor utiliza entre no ambiente e mapear qual serviço temos para substituir.

Entendendo o Conceito de Datacenter do Azure

Para desenhar um datacenter usando VMWare, Hyper-V ou KVM é necessário que o desenho dos hosts, rede e outros detalhes sejam feitos por especialistas no hypervisor.

O mesmo vale para Azure, precisamos entender os diferentes componentes para desenhar um datacenter com seus recursos.

Para isso, é necessário estudar, e muito.   Tambem é necessário quebrar os paradigmas de datacenter fisico e pensar em serviços.

Uma das formas de fazer isso é utilizar o Guide da própria Microsoft disponivel em https://docs.microsoft.com/en-us/azure/architecture/vdc/

Esse guia tem todas as perspectivas de um datacenter virtual, o ajudará a entender a camada de virtualização, rede, segurança, serviços e o lift and shift, ou seja a transformação para um modelo mais eficiente.

Para começar baixe a apresentação disponivel em https://aka.ms/VDC/Deck

Conclusão

Não é fácil fazer uma migração correta, mas é possivel e o resultado será muito melhor.

Ao longo do mês iremos explorar os itens que compõe o VDC e verá que é possivel fazer esse tipo de migração com recursos novos, mais eficientes e custos apropriados.