Utilizando o Windows Azure Pack como Portal do Service Manager

Uma reclamação constante dos usuários do System Center Service Manager (SCSM) é o seu portal. Na versão disponivel para teste Technical Preview que será lançada neste ano, o portal do SM continua sendo em SharePoint Foundation 2010 e sem permitir customizações na interface. Desta forma, os clientes que utilizam o WAP como acesso externo, tinham que ter uma ferramenta de terceiro para fazer requisições.

Porém, algo que poucos já utilizaram é a integração entre o Windows Azure Pack (WAP) com o Service Manager para fornecer um portal completo de auto-provisionamento com VMs, bancos de dados, sites e requisições de serviço.

 

Configurando o Windows Azure Pack como Portal do Service Manager

O primeiro passo para a integração é fazer o download do componente GridPro que é gratuito até uma assinatura (tenant), sendo necessário adquirir a versão Pro para trabalhar com multiplas assinaturas (multi-tenant).

Entre no portal do WAP e em Request Management baixe o componente GridPro, que será manualmente e simples, solicitando alguns dados do servidor do Service Manager:

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Após a instalação do componente utilizamos a interface do WAP para incluir os dados do servidor que está com o GridPro:

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O passo seguinte é incluir o serviço Request Management como parte da assinatura padrão que é ofertada no portal do Azure Pack:

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Utilizando o Windows Azure Pack como Portal

Agora já podemos abrir o portal do WAP e ver que a aba “Solicitações” foi habilitada, permitindo que sejam vistos chamados em aberto ou adicionar novos chamados (incidentes):

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Ao utilizar a criação de uma nova solicitação, a interface moderna do WAP se alinha com os dados fornecidos na oferta do serviço, de forma muito clara e fácil de entendimento:

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Caso a sua oferta de serviço contenha objetos, como lista e enumeradores, todos são suportados no WAP:

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Como resultado, ao abrir a solicitação pelo portal do WAP podemos verificar todos seus dados e a lista de solicitações em aberto:

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Ao abrir a solicitação registrada, podemos ver detalhes e a lista de atividades que o template do Service Manager define nos workflows, de forma muito mais intuitiva que o Self-Portal do Service Manager, assim como documentos anexados e artigos de conhecimento (KB):

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Mesmo a parte de comentários e interações entre o sistema/operador e o usuário são simples e fáceis de serem acessados e utilizados:

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Porem, caso sua empresa ainda utilize o Self-Portal, será possivel visualizar os chamados abertos no WAP dentro dele, como o exemplo abaixo da requisição que abrimos:

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Conclusão

Com a integração entre o Windows Azure Pack 2.0 e o System Center Service Manager, oferecer serviços de Cloud (público ou privado) se tornará muito mais profissional!

Utilizando IP Fixo em Maquinas Virtuais no Windows Azure

Um novo recurso que se tornou disponivel nas novas versões do PowerShell para o Windows Azure são os comandos “StaticVNetIP”. Você pode baixar a nova versão em http://www.windowsazure.com/pt-br/downloads/#cmd-line-tools

Estes comandos permitem que se fixe o IP dentro do range da rede virtual que você já tenha definido, permitindo assim que consiga garantir o IP de cada VM sem a necessidade de fazer o “Start” na ordem fixa todas as vezes.

Passo 1: Saiba os Riscos e Gerencie Seus IPs

Antes de iniciarmos, é importante ressaltar que não há suporte se houver problemas (http://msdn.microsoft.com/en-us/library/windowsazure/jj156090.aspx#BKMK_IPAddressDNS):

“Use DHCP-leased addresses (this is mandatory — static addresses are NOT supported)

Portanto, antes de começar a designar IPs fixos as suas VMs, lembre de manter uma lista dos IPs definidos!

Além disso, não utilize IPs que não estejam no range da sua rede virtual. Por exemplo, a minha rede tem o range 10.0.1.4 a 254 e se eu fixar o IP 10.0.2.4 a uma VM, ele ficará incomunicável e precisará ser excluida.

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Passo 2: Registrar a Assinatura no PowerSell

Este passo é permanente, e basta executar o comando Add-AzureAccount que irá abrir uma janela de autenticação e importará os dados da sua assinatura:

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Para verificar se importou com sucesso use o comando Get-AzureSubscription que retornará os dados da assinatura registrada:

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Caso precise remover uma assinatura que tenha utilizado no passado para teste, o comando Remove-AzureSubscription é indicado. Se necessário, precisará redefinir sua assinatura padrão, o comando abaixo redefinirá o default:

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Passo 3: Registre o IP de cada VM

Para registrar os IPs lembre-se do que foi comentado no início, é necessário que eles estejam no range da rede virtual que você tenha definido, senão a VM não poderá mais ser acessada e ficará incomunicável.

O comando que utilizaremos para fixar o IP não trabalha com strings, o primeiro passo é usar o comando Get-AzureVM para retornar em uma variável o PermanentID da VM desejada:

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O comando acima procura a VM “W2012-Exch-3” no catálogo e retorna o ID, e o comando Set-AzureStaticVNetIP abaixo fixa o IP:

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Obs: Pode-se usar o “pipe |” para executar os comandos na mesma linha se desejado

Porem, note que o comando acima não foi confirmado, apenas como que simulado. O correto é utilizar o Update-AzureVM na sequência para confirmar a alteração, como um commit.

Sendo assim, a sequencia de comandos para alterar as VMs seria como o exemplo abaixo:

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Note que neste exemplo 3 diferentes VMs tiveram seus IPs fixados e é possivel com o comando Get-AzureStaticVNetIP consultar se a VM fixou o IP desejado:

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Por fim, ao verificar o escopo de rede no Azure, pode-se ver que as maquinas reiniciadas receberam o IP que fixamos:

ListaIPs

Utilizando o Hyper-V Replica Parte II - Boas Práticas para RTO e RPO

No primeiro post sobre Hyper-V Replica abordamos as vantagens sobre réplica de storage e como iniciar a configuração e réplica http://www.marcelosincic.com.br/blog/post/Utilizando-o-Hyper-V-Replica-Parte-1e28093Vantagens-e-Primeira-Replica.aspx

Neste segundo post vamos abordar como o RTO e RPO são importantes e como o Hyper-V Replica se encaixa nestes conceitos.

Recovery Time Objective e Recovery Point Objective

Basicamente os termos RTO e RPO indicam os objetivos que uma solução de desastre deve cumprir:

  • RTO – Tempo máximo para se recolocar o serviço em produção
  • RPO – Tempo máximo de dados que podem ser “perdidos” entre o evento de desastre e o ambiente restaurado

Um bom exemplo de como estes valores se relacionam e o que significam pode ser explicado no gráfico abaixo:

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No exemplo acima conseguimos “enxergar” claramente o RTO e o RPO:

  • RTO foi de 5 horas e 3 minutos, entre as 05:15 e as 10:18
  • RPO foi de 3 horas e 15 minutos, entre as 02:00 e as 05:15, uma vez que o backup foi realizado as 2 da manhã

Como determinar o RTO e RPO

Estes valores são determinados por um plano que é chamado de DRP (Disaster Recovery Plan) que é orquestrado por consultorias especializadas neste tipo de processo. Geralmente é realizado quando uma organização está atualizando seu datacenter e, consequentemente revendo suas políticas de recuperação dos dados ou montagem do datacenter redundante.

O processo de levantamento destes dados se baseia em entrevistas e dados do ambiente de TI e, entre outras coisas, coleta:

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Porque o Hyper-V Replica é uma ótima opção

O processo de backup é uma das formas que o RPO e RTO podem ser cumpridos, porem as práticas normais de restore muitas vezes são impeditivas levando em conta o tempo que é perdido entre o ultimo backup e a falha (RPO) e o tempo necessário para se restaurar um servidor a partir de backups (RTO).

Com o Hyper-V Replica o tempo de RTO é minimo, uma vez que as réplicas mantem a maquina virtual (VM) no ambiente de redundância integra.

E o RPO?

Em um ambiente de backup o RPO é facilmente calculado e mantido. Por exemplo, se o RPO da aplicação CRM tem perda máxima calculada em 30 minutos, podemos fazer o backup incremental a cada 15 ou 30 minutos.

No caso do Hyper-V Replica este tempo não é determinado de forma simples, uma vez que o tempo de replicação (Replication Frequency) de cada VM indica o intervalo e não o periodo desejado de proteção. Seria muito bom ter uma opção onde pudesse ser indicado qual o tempo máximo em que uma réplica pode estar desatualizada…

Um segundo item importante é levar em conta o grupo de uma aplicação, por exemplo mais de um servidor que forma a mesma aplicação e precisa estar com a réplica sincronizada por igual. Como o Hyper-V Replica não tem o conceito de grupo de serviço, não temos como garantir a integridade do conjunto da aplicação.

Outra dificuldade no Hyper-V Replica é o baixo número de opções de intervalo da réplica (Windows 2012 a cada 5 minutos, Windows 2012 R2 a cada 30 segundos, 5 minutos ou 15 minutos):

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Imagine um cluster com 80 VMs, sendo que cada VM tem impacto diferente no negócio ou requisitos técnicos particulares. Destas 80 VMs algumas são servidores web que podem ser replicadas uma vez por dia, outras são servidores de aplicação que só precisam ser replicados quando sofrem algum tipo de atualização e, por fim temos os servidores que precisam ser replicados continuamente.

Como configurar diferentes RPO?

Uma prática que pode ser adotada de forma simples, é colocar as máquinas em grupos de criticidade e configurar utilizando as 3 janelas de réplica do Windows 2012 R2 (30 segundos, 5 minutos e 15 minutos).

O problema é que se a VM que será replicada a cada 30 segundos for, por exemplo um banco de dados e o ambiente de redundância for por WAN, o consumo do link será muito alto e as outras VMs entrarão em intervalo de réplica e com isso todas as réplicas ocorrerão simultaneamente. Com isso, o RPO ficará prejudicado para todas as VMs críticas e muito baixo para as maquinas não criticas.

Uma boa prática neste caso é configurar as VMs com RPO maior que 2 horas para serem replicadas manualmente por meio de PowerShell abaixo:

Resume-VMReplication MaquinaVirtual –Resynchronize –ResynchronizeStartTime “8/1/2012 05:00 AM”

Este comando pode ser executado pelo Task Scheduler ou utilizando o Orchestrator com schedule embutindo o comando.

No exemplo citado anteriormente, as VMs de banco de dados ou informações como File Server ficariam com a configuração do próprio Hyper-V a cada 5 ou 15 minutos. As VMs estáticas poderiam ser configuradas com replicação manual, e com tarefas ou runbook agendados e recorrentes replicar pontualmente conforme o grupo de criticidade.

Conclusão

Este segundo post abordamos como alcançar o RTO e RPO.

O próximo post irei abordar os comandos e a sequencia de comandos PowerShell que podem ser executados como script ou com Runbook no Orchestrator.